sábado, 2 de janeiro de 2016

KENOSIS: AUTO-ESVAZIAMENTO DE JESUS CRISTO!

O AUTO-ESVAZIAMENTO DE CRISTO Para compreendermos a Bíblia corretamente precisamos conhecer a pessoa de Cristo, pois Ele é a figura central da história do mundo. Ninguém se aproxima de Jesus Cristo em sua influência sobre a humanidade, Ele é singular, sua vida, obra e ensinamentos são incomparáveis. Ninguém mais deu uma contribuição maior que a de Jesus à história do mundo, nem reis, ditadores, cientistas e nem líderes militares. Para entendermos a doutrina da encarnação e do auto-esvaziamento de Cristo, é necessário, em primeiro lugar, sabermos que Cristo era pré- existente, Ele existiu antes do seu nascimento e podemos encontrar na Bíblia várias atividades que evidenciam o Cristo pré-encarnado, Ele aparece como Criador, como Anjo de Jeová no V.T (ora como mensageiro,ora como Guia e Protetor de Israel na passagem do mar vermelho e ora como Juiz no “casamento” pecaminoso de Davi. A Bíblia ensina que o Cristo pré-existente se tornou homem, “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Jesus encarnou porque sem a união da natureza divina com a humana não poderia haver mediação entre Deus e o homem. A encarnação era necessária para que se estabelecesse a reconciliação entre Deus e o homem. Temos várias razões para a encarnação de Jesus: em primeiro lugar, para confirmar as promessas de Deus no V.T, depois para revelar o Pai, para se tornar Sumo Sacerdote, para aniquilar o pecado, para nos dar o exemplo de uma vida santa, para destruir as obras do diabo e, por fim, para preparar a sua segunda vinda Em relação à natureza de sua encarnação, filipenses 2:5-8 é uma passagem chave sobre este assunto: “Tende em voz o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, pois Ele subsistindo em forma de Deus. Não julgou como usurpação o ser igual a Deus; Antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. O auto-esvaziamento de Jesus ( kenosis), talvez seja uma das palavras mais difíceis de traduzir no grego. A palavra “despiu-se” traduz melhor essa palavra. Ele despiu-se não da sua natureza, mas das suas prerrogativas divinas. A “kenosis” é muitas vezes entendida como se Jesus tivesse esvaziado de alguns de seus atributos divinos, ou até mesmo da sua deidade, no entanto, no auto-esvaziamento de Cristo,Ele não perdeu a sua natureza divina, apenas assumiu as limitações humanas, pois se Ele tivesse perdido alguns de seus atributos Ele deixaria de ser Deus. Jesus era totalmente Deus e totalmente homem, Ele tinha em si a natureza divina e a humana. Existem inúmeras passagens bíblicas que declaram a divindade de Cristo. Jesus recebeu nomes divinos nas escrituras: Como Filho de Deus, Unigênito, Primogênito, Alfa e Ômega, Imagem de Deus, Poder e Sabedoria de Deus, Ressurreição e a Vida, Deus e Senhor; Jesus também tinha os atributos de Deus: a Eternidade, a Imutabilidade, a Santidade, a Onisciência, a Onipresença, a Onipotência, a Sabedoria, a Vida, a Verdade, o Amor, entre outros. Pelo culto divino que lhe foi prestado, Ele executou prerrogativas de Deus “recebendo” adoração da parte dos homens, sendo objeto de fé das pessoas, dando ordens, perdoando pecados e salvando vidas. E pelas obras divinas executadas Ele recebeu o nome de Criador, providência, Ressurreição, Doador de vida eterna e de Juiz. Ele era totalmente Deus, mas a natureza humana também era evidente na sua vida. Recebeu nomes humanos: Como Homem, O Filho do homem, O Carpinteiro, O filho de José, O Filho de Maria. A sua natureza humana era completa, tinha corpo,alma e espírito, e como qualquer ser humano, passou por um período de desenvolvimento, como qualquer criança; Tinha suas limitações físicas, como cansaço corporal, sono, fome, sede, dor física, tinha limitações intelectuais e possuía sentimentos humanos, como gozo, tristeza, amor, compaixão, admiração e indignação. Concluímos então, que a encarnação foi mais uma aquisição de atributos humanos que uma desistência de atributos divinos e, na união das duas naturezas elas não atuaram independentemente, ou seja, Jesus agia sempre sendo totalmente Deus e totalmente homem; e outro fato é que a iniciativa da encarnação foi de Deus, ou seja, para um homem ser como Deus é impossível, mas para Deus tornar-se homem não é impossível, Ele é ilimitado. A união da natureza humana com a divina é eterna e indissolúvel. Para ser o nosso Mediador Ele precisa ter as duas naturezas; Como divino, Ele pode entrar na presença do Pai e interceder por nós, como humano, Ele pode compreender os nossos problemas, pois Ele já os experimentou na carne, sem pecado. Jamais compreenderemos a doutrina do auto-esvaziamento de Jesus, mas ainda que não possamos entender completamente a união das duas naturezas de Cristo com nossas mentes humanas, devemos aceitá-la, visto que a bíblia ensina esta doutrina com clareza e autoridade. A razão deste mistério é inexplicável, pois não há outro ser humano igual a Jesus.

 Por: Seminarista Alexandre Henrique Moura

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